quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Pobre mealheiro!

       Os institutos que estudam estes assuntos, lançaram hoje na opinião pública uma descoberta fantástica. Os portuguesinhos estão a poupar menos do que nunca!
       Não, porque andem a gastar muito mais, mas porque ganham muito pouco!
       Realmente, seria preciso um instituto muito especializado na matéria, para nos apresentar este cenário. Quando à uns tempos, o Governo veio declarar o principio do fim da crise, começaram a vislumbrar-se uns comportamentos menos cautelosos. A venda de veículos aumentou, o crédito para habitação própria, também deu sinal de vida, o consumo das famílias tomou outro rumo, ou seja, os portuguesinhos começaram a "partir os porquinhos". Reanimaram a procura interna e as importações aumentaram. Naturalmente que os dados agora divulgados, vêm provar, que ainda não recuperámos dos valores gigantescos de crédito mal parado, mas já andamos a gastar o que temos e principalmente o que não temos. Durante pouco tempo, fomos poupadinhos, cheios de medo do "papão" da crise, alguns até colocaram as suas economias em lugares fiáveis e com remunerações acima da média, caso do BES. Mas logo se chegou à conclusão que para poupar dessa forma, mais vale ir gastando ou em último caso, abrir uma conta no "colchão" mais  próximo.

          -Todos estes dados que vamos tendo conhecimento, a partir do momento em que começámos a abrir os cordões à bolsa, faz-nos parar e reflectir um pouco. O INE conclui, que ganhamos pouco, (portanto não podemos poupar muito, como é evidente) por outro lado temos algumas empresas a divulgar ganhos nunca antes vistos. Os novos ricos florescem como cogumelos, mas o ordenado mínimo teima em ficar pelos 500 euros. Diz o presidente da CIP, António Saraiva que não pode existir uma melhor distribuição dos lucros, quando não existe maior produtividade!? -E afirma a seguir "... Colocar o ordenado mínimo perto dos 600€ ou reverter as medidas laborais que ajudaram as empresas a revitalizarem-se, é uma verdadeira utopia e não vamos deixar que isso aconteça..."

     Conclusão, com as medidas ultra conservadoras do Governo Passos Coelho, tudo estava a entrar na linha. Ordenados baixos, regalias sociais pela hora da morte e lucros à parva para os mesmos de sempre. Soou o gongo da possível chegada de uma coligação à esquerda, os senhores parecem umas baratas tontas e fazem zunir os seus alarmismos por todos os corredores do poder. Voltámos aos dias do PREC, anunciam eles!!!!

          -Um bom sinal, seria termos a noção exacta de que os dias que aí vêm, não se vislumbra,  podermos desapertar o cinto e a justiça social possa ser reposta de um dia para o outro, até porque tenho a certeza de que as "famílias" Melo, Champalimaud, Espírito Santo, Jerónimo Martins, etc... vão conseguir manter os seus impérios através dos canais do costume, nem que para isso tenham de desestabilizar primeiro, para depois se voltarem a instalar. Já acontece, à muito tempo...

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O esplendor da autocracia


"...É proibido não rir dos problemas                                        

Não lutar pelo que se quer 
Abandonar tudo por medo
Não transformar sonhos em realidade
Ter medo da vida e de seus compromissos
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro..."


     - Pablo Neruda 





   - Mais uma vez, neste meu espaço, sou obrigado a bater na mesma tecla. Angola continua a querer ter lugar à  mesa dos países, ditos democráticos. Continua a afirmar que realizam eleições livres de tantos em tantos anos. Continuam a ter usufruto de uma série de benesses a nível internacional, como se não tivessem no seu poder, um senhor que viola, os mais elementares direitos humanos do seu próprio povo. Pergunta óbvia, não existem formas de pressionar, a nível da Comunidade Europeia ou mesmo na ONU, o senhor presidente da Republica (????) de Angola?

  - Já para não falar do inenarrável Ministro dos Negócios Estrangeiros português. Cada vez que abre a boca ou interfere num assunto delicado, resulta naquilo que todos receiam. Por outro lado, como é evidente, não convêm levantar muita poeira, não vá a filha do dito senhor Eduardo dos Santos, entrar por aí dentro e dar-nos um "raspanete". A nível político como económico, estamos esclarecidos, eles vão-se fazer de mortos. Só que, apesar do controle que existe nos bastidores editoriais dos média, por parte de grupos económicos com vastos interesses em Angola, a tomada de posição do luso-angolano Luaty Beirão veio complicar a missão da comunicação social portuguesa. Estão um pouco "perdidos", porque não existe maneira de não dar destaque a este assunto. 

   -As vigílias sucedem-se, cada vez com mais gente e esta situação faz-me lembrar aqueles dias de luta por Timor. Foram jornadas de luta que eu nunca esquecerei, quando  a nossa força chegou bem longe. O povo português falou a uma só voz e tivemos sucesso, ajudámos a garantir a libertação de uma nação. Desta vez, a realidade é outra, os agentes políticos tanto em Belém como em São Bento é o que todos sabemos, infelizmente e  o que está em causa, é a libertação de um grupo de pessoas que "conspirava" contra um denominado governo democrático. Espero que Luaty e companhia, não lhes  esmoreça esta vontade de denunciar um regime autocrático e corrupto, que tal como Neruda um dia disse, não abdiquem de ..."tornar os seus sonhos em realidade..."

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Número Zero

          Durante 4 anos, não publicou e agora reaparece com um livro de protesto. Um protesto contra todos aqueles que se dedicam a tornar o jornalismo no veículo principal para escamotear a realidade e transmitir mensagens "convenientes" a certos grupos económicos ou partidos políticos.

           Quando escolhemos um jornal, sintonizamos uma estação de rádio ou preferimos um determinado canal de televisão, estamos a seguir um raciocínio, baseado nas nossas convicções, na perspectiva de encontrarmos informação isenta, clarividente. Mas quando descobrimos que por detrás das escolhas feitas, estão jogos de bastidores, truques editoriais, falhas premeditadas, jornalistas que se esqueceram das regras mais elementares, a ética profissional que deixaram pendurada no cabide ao entrarem em cena. Poderíamos nessa altura, indagar sobre a origem desse comportamento???

             -Talvez descobrindo o porquê desta ignóbil forma de manipulação da opinião pública pudesse levar-nos ao cerne da questão. Por experiência própria, existirá sempre um "muro" difícil de derrubar, baseado na ideia de que, os que buscam ir mais além, são acusados de teorizarem muita conspiração  e de não possuírem  provas credíveis, para seguir em frente.

               Ao ler estas palavras sábias de Eco, sobre vários números zero de uma publicação que nunca deveria ter futuro, lembrei-me do estado em que está a nossa comunicação social, que à semelhança de toda a Europa, luta por ser credível, mas cada vez mais, dá mostras de gato escondido com o rabo de fora. Exemplo ultimo e flagrante. António Costa, surpreende Passos com uma possível aliança à esquerda. A direita encolhe-se toda e fala em golpe de estado, as agências de rating fazem ameaças, de Bruxelas vêm avisos de retrocesso nas metas quase atingidas e a Comunicação Social associa-se à diabolização duma possível maioria inédita em Portugal!!!
Está montado o circo, agora basta vir o público,vendem-se todos os bilhetes e vai ser um sucesso de "malabarismos" da verdade! O espectáculo têm que continuar

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Devaneios ortocromáticos VII


                                                                                                                                                     
Ilha do Faial - Marginal da Horta
Vila de Sintra
Lia na Praia de São Torpes- Sines


Lia na Lagoa Azul- Sintra
Sombras I   Lumina - Cascais

Sombras II   Lumina - Cascais



Auto retrato.

domingo, 27 de setembro de 2015

A última Ceia


                 -Apesar de todas as sondagens e estudos de opinião, duvidosos, quero acreditar que esta imagem, represente uma das últimas ceias deste par irrevogável. Judas, representado aqui por Paulo Portas, costumava ficar um pouco mais longe na mesa, mas foi-se aproximando e prepara-se para uma saída à Brutus. Uma faca "espetada" nas costas do seu líder de coligação, quando ele menos esperar.
                  - Sinceramente, não acredito que os portuguesinhos queiram repetir a dose e possam dar a vitória a esta coligação inenarrável.
                  -Eu até compreendo, um número que as sondagens nos têm revelado. A crescente percentagem de indecisos. Muita gente, pensa neste momento, qual a melhor forma de penalizar este Governo e ainda não se decidiram.Ou votando em António Costa e as mudanças serão insignificantes, ou votando num dos partidos mais à esquerda, de forma a não arriscarmos uma maioria absoluta, para nenhum daqueles partidos do costume.

                - No próximo dia 4, apenas tenho medo da abstenção. Desistir do nosso País, não será nunca, uma boa ideia. Vamos votar e deixar que a democracia aconteça. Não se deixem enredar nas teias do inevitável voto útil. Apesar do apreço que toda a comunicação social têm, em "guiar" as nossas opções para caminhos exíguos e rotineiros, vamos por momentos deixar de ter MEDO!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Rostos, apenas rostos

                -Rostos e mais rostos...
                       -Comentários de peritos na matéria, à noite na televisão...tentam teorizar sobre o absurdo. Sobre o inexplicável.
            -Crianças com ar incrédulo e assustadas. Ontem, estavam a preparar a próxima lição, talvez numa escola a quilômetros de distância das suas casas, mas tinham uma rotina. Agora, só escutam o borbulhar das ondas e de não terem espaço, nem para pensarem. Quando levantam a cabeça, só observam as estrelas ou as faces assustadas dos pais. Muitos não percebem, porque deixaram os mais velhos para trás e principalmente, as suas casas. Refúgios aonde sentiam que nenhuma bala, os poderia atingir!
              Lembro-me agora, daquele filme de Roberto Benigni, "A vida é bela". Talvez alguns pais tenham tido a sensatez, de descrever esta odisseia, como fazendo parte de um jogo. Quem conseguisse passar este mar, num barco carregado de gente e sem comer, ganhava o desafio proposto. Seriam os heróis!
               O pior é que muitos deles, faltaram-lhes as forças a meio. Outros, quando chegaram ao outro lado, não foram levados em ombros, nem tinham um pódio para os glorificar. Nalguns casos tinham arame farpado pela frente, obstáculos de todas as formas e feitios e a promessa de serem obrigados a voltar à casa de partida!!!
                 A Europa perante uma crise de identidade enorme, não está preparada para receber todo este desespero que atravessa o Mediterrâneo. Está na hora da ONU ajudar a resolver esta questão. Caso contrário, este genocídio terá proporções gigantescas e irá ter um efeito de bola de neve, sobre as consciências de todos os acomodados.
             

domingo, 5 de julho de 2015

Ένα μάθημα δημοκρατίας


                          Começo este apontamento, reafirmando que esta lição de democracia, dos gregos ao resto da Europa, faz-me sentir triste. Isto porque, estando nós, numa situação similar, como é que nos deixamos representar na Europa, como autênticos "colaboracionistas" de uma politica vergonhosa, liderada pela chanceler alemã???



                       Um dia, este momento na história de Portugal, irá ser descrito como um dos mais difíceis que passámos em termos económicos e sociais. Mas se justiça for feita, em relação ao papel dos nossos governantes, este tempo será descrito como um dos períodos aonde, prestámos vassalagem aos que mais tarde foram condenados por atropelos selvagens aos mais básicos direitos civilizacionais dos cidadãos europeus. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

O medo.

O medo.
A história repete-se infinitamente, desde o tempo aonde a nossa memória colectiva consegue atingir.
O medo.
Vamos parar, por um segundo. Vamos pensar um pouco.Qual a origem dos nossos medos, mais inexplicáveis? -Quantos de nós, decidimos que hoje é o dia, de explicar o que nos vai na alma?
Mas o medo, faz-nos repensar, tudo de novo, não é?
Fomos ensinados e muito bem, que não podemos ser "heróis" em todos os episódios. Mas por vezes, o nosso silêncio, a nossa cobardia, a nossa letargia, vai sendo cada vez mais castrante e magoa-nos.
O medo.
Estas "grilhetas" provocam dor e deixamos de ser objectivos. Mais fácil, é não pensar nos nossos ideais, as nossas convicções, desde que nos aceitem como mais um, no grupo.
O medo.
Está enraizado no nosso povo. Passámos pelas mãos da Inquisição, do Estado Novo e muitas mais experiências, geradoras de temor. Fomos formatados ao longo dos tempos, porque interessa a meia dúzia de pessoas, que assim seja. Respeito pela família, pelo Estado protector e pelos valores sagrados do "Nao sei Quê" Todo Poderoso e Omnipresente. Muitas regras numa sociedade cheia de valores, consentâneas com a nossa sobrevivência. Não se vive, sobrevive~se!
O medo
Quando alguém questiona o porquê de todos estes medos, é logo apelidado de anarquista, de desajustado, de demagogo, fora da lei. Aos espíritos livres, neste País, são  geralmente prescritas, receitas de isolamento compulsivo, justificadas pela ameaça que representam.
O medo.
Dêem-lhes, futebol, muita telenovela, umas revistas cor de rosa e mantenham-nos quietos e mansos. Assim ao menos não interrogam o seu futuro!
Descansem em paz, Herberto, Saramago, Agostinho da Silva e muitos outros. Garanto-vos que estamos no trilho das vossas, mais péssimas previsões!

sábado, 25 de abril de 2015

Um deficit europeísta






Vou comemorar o 41º aniversário da Revolução, de cravo ao peito e com vontade de gritar na rua, um sentimento confuso.
               Vivemos dias estranhos, às portas de mais umas eleições legislativas. Nas vésperas destas comemorações, numa sala recôndita da Assembleia da República, um grupo de deputados, tentou uma manobra estranha para controlar os média, na próxima campanha eleitoral. Já não basta, os jornalistas muitas vezes serem “guiados” por interesses editoriais, controlados por grandes grupos económicos, agora também estes “iluminados” quereriam ditar leis sobre o assunto. Mal saiu a intenção para a rua, a réstia de sentido de dignidade desta classe, levantou-se num eco ensurdecedor de protesto e o famoso projecto, morreu à nascença!!  -Já não é a primeira vez, que nos colocam à prova. Lançam no ar a intenção e depois vêm dizer que não se passou nada. Tudo foi obra de meia dúzia de “desmiolados”. O sentido de oportunidade deste projecto lei, é de bradar aos céus. Nas vésperas do 25 de Abril, lembram-se de aplicar, mais uma “machadada” na nossa já, martirizada democracia!
               MUDANDO  DE ASSUNTO.  O cravo ao peito, fica mais murcho, porque a Associação 25 de Abril, continua arredada da casa aonde deveria estar por direito próprio. Continuam a ter vergonha na cara e não se querem misturar com imberbes criaturas que não respeitam a democracia. Algumas daquelas cadeiras do Parlamento são ocupadas por deputados que  nunca dignificaram os valores da Revolução, estão ali para defender,  interesses pessoais e corporativos!

              Nunca fui saudosista, não alinho em teorias da conspiração, mas acredito que os partidos do chamado arco da governação, se tivessem hipótese de  “dinamitar” os pilares essenciais da nossa Constituição, não hesitariam, um só segundo! – Estas linhas retrógradas, alinhavadas nos anos 70 do século passado, são um verdadeiro empecilho, às intenções de acelerar a nossa chamada “modernização europeísta”. É por estas e por outras, que temos o deficit, sempre a crescer.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Alienação total.


-Depois de uma reportagem assustadora da TVI24 nalguns hospitais deste País e da resposta deste senhor aqui ao lado. Só faço uma pergunta, quem é que deveremos levar mais a sério:
-O Secretário do Estado da Saúde ou este digno representante duma actividade circense, chamado de PALHAÇO?

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Fénix da cultura.

                        -Num curto espaço de tempo, desapareceram dois vultos maiores da nossa cultura. Herberto Helder e Manoel de Oliveira, cada um na sua forma de estar, foram prova de que a persistência e intransigência nos valores que defendiam, resultaram neste reconhecimento quase  generalizado, da sua grandeza.
                         -Uns partem, outros começam a dar os seus primeiros passos e o que mais importa , é sabermos que apesar de todos os dissabores, que este país têm passado, especialmente nesta área, a nossa identidade,continua a emergir e a ser preservada. Eu gostaria de salientar aqui neste espaço, porque ainda não o fiz, um outro nome grande da nossa cultura contemporânea, Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils.
                        Já não é um segredo para ninguém, mas este "artista de rua", tornou o desconsiderado e menosprezado graffiti/street numa forma de expressão artística maior e a reconhecerem o seu devido valor. Os seus trabalhos, podem ser observados,deambulando pelas ruas de New York a Londres,passando por Bogotá, Moscovo, Los Angeles, etc... Este lisboeta começou a delinear as suas primeiras pinceladas e desde logo a dar nas vistas, na margem sul, nas ruas, nos comboios,etc... Formou-se na prestigiada Universidade das Artes em Londres. A partir daí, as exposições sucedem-se e o seu nome começa a correr mundo. Quando realiza o videoclipe para os U2, "Raised by Wolves", naturalmente que a sua projecção, tornou-se muito mais mediática e outras portas se foram entreabrindo. O ano passado tive o prazer de visitar uma das suas exposições em Lisboa no Museu da Electricidade e fiquei surpreendido com a qualidade e a expressividade dos seus trabalhos.
                      Felizmente que ainda vamos tendo estas surpresas, mas se continuarmos a tratar a cultura da forma como este inenarrável secretário do estado têm procedido, talvez a emigração seja mesmo a única saída viável.
http://www.dailymotion.com/video/x2c3v1c_u2news-vhils-u2-raised-by-wolves_music

segunda-feira, 30 de março de 2015

Bom Tempo no Canal (2)

                                                     Vista do Pico, na marginal da Horta

                                                                     Capelinhos

                                                                   Farol dos Capelinhos

                                                                        Capelinhos

                                                              Candelária no Pico

                                                       Farol no porto da Madalena (Pico)

                                                                  Madalena (Pico)

                                                            Praia do Almocharife-Horta

                                                                         Horta
                                                             Criação Velha- Pico

terça-feira, 3 de março de 2015

Príncipe imperfeito








Esta notícia da dívida do Passos Coelho à Segurança Social, até poderia ser notícia, se realmente estivéssemos num País à séria. Neste caso, não passa de uma forma de vender papel e angariar audiências. Não passa de uma forma, da oposição carregar sobre o primeiro-ministro, sem qualquer resultado visível.
Apesar de eu saber, que existem mil e um argumentos, que a oposição poderia pegar, para demonstrar que este senhor, tornou Portugal, um lugar muito mais difícil, para se ter uma vida decente. Ao longo de quatro anos, aconteceram pontualmente, estes episódios que provam que o senhor, não é de confiança. Mas, invariavelmente, tudo caiu em saco roto. Não existem consequências, porque somos mansinhos.

Aconteceu comigo, um episódio de uma possível dívida à Segurança Social, à cerca de 3 anos. O montante, rondava os 700€ e reportava a 2002. Quase, 10 anos depois, começaram por me penhorar, parte do meu ordenado, sem sequer me darem a conhecer a origem do assunto. Fui penalizado sem aviso.
Apesar de já estar prescrita e depois de perder muitas horas em filas infindáveis, depois de ultrapassar  muitos obstáculos, provei  que afinal, tudo não passava de um erro,dos serviços centrais. Só fui ressarcido ao fim de 14 meses, sem um único pedido de desculpa e sem qualquer juro de mora!!!!

Não é segredo para ninguém que a justiça fiscal, têm dois pesos e duas medidas. As leis não são cumpridas de igual forma, mas um primeiro ministro, não deveria ser um exemplo para demonstrarmos isso mesmo. Ninguém é perfeito, mas alguns imperfeitos, pagam caro pelas suas distracçõ!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Ai Se Sêsse

                            -Aqui fica uma bela surpresa vinda do nordeste do Brasil. Quando ouvi esse poema, da autoria de Zé da Luz e interpretado pelo grupo Cordel do Fogo Encantado, lembrei-me da polémica à volta do "desacordo" ortográfico. Tanto se escreveu, sobre como regular a forma como escrevemos o português correcto. A segunda língua mais falada em todo o mundo é de uma riqueza imensa. Uma imensidão que nos transcende, mas que, convêm não esquecer, tudo partiu deste bocadinho de terra nos confins da Europa.

                             Este património espalhou-se por todos os cantos do planeta e as variantes que dele surgiram, são produto da diversidade cultural que encontraram.Passam agora, 50 anos sobre a morte deste poeta nordestino, que rumou até ao Rio, para lançar dois livros de poemas, "Brasil Caboclo" e "Sertão em Carne e Osso". Um alfaiate de Itabaiana que não respeitou as regras do bom português e produziu esta pérola que agora decidi, dedicar à mulher da minha vida.

               -...Se juntinho nois dois dormisse....

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Grécia versus Portugal

                  


     -Numa famosa rede social, tive à uns dias, um pé de conversa com um fervoroso adepto das políticas arregimentadas por a senhora Merkel nos últimos anos. Aqui transcrevo, a dita cuja. Dizia então o sr. X:


#Grécia#
- está em 2 resgates (não concluídos) desde há 5 anos pelos quais recebeu 240 mil milhões de euros 
-teve um perdão desta dívida de 107 mil milhões de euros (foi a maior reestruturação de dívida de um país de sempre)
- beneficia de prazos mais longos dos pagamento dos empréstimos comparando com Portugal
- beneficia de taxas de juro mais pequenas dos empréstimos comparando com Portugal
-tem uma dívida pública de 180%
-tem uma taxa de desemprego de 27%
- défice público de 12%
-as taxas de juro no mercado a 10 anos estão a +-10%

#Portugal#
- concluiu em 3 anos um só resgate pelo qual recebeu 78 mil milhões de euros e prescindiu da última parcela de 2 mil milhões de euros (saída limpa sem necessitar sequer de programa cautelar)
-tem uma dívida pública de 130%
-tem uma taxa de desemprego de 13.9% (metade da da Grécia) que vem descendo há 20 meses consecutivos
- défice público de 4%
-as taxas de juro no mercado a 10 anos estão a 2,4%
- financiou se recentemente no mercado pagando 4% por dívida a vencer a 30 anos (não acontecia há 9 anos e na altura pagou mais)
- vai pagar antecipadamente parte do empréstimo ao FMI porque já consegue financiar se no mercado a taxa de juro mais baixas que as taxas de juro que o FMI cobra (poupando assim centenas de milhões de euros)

Ficam as perguntas:
Grécia = Portugal?
A Grécia não consegue livrar-se da troika como Portugal conseguiu porquê?

Resposta pronta, da minha parte:

-Vou-lhe falar das incongruências, uma a uma para ver se me entende. 

-Em relação à Grécia, num plano que foi traçado pela senhora Merkel e seus pares à cerca de 8 anos, com Governos sucessivos do PASOK e Nova Democracia (este ultimo, muito parecido com aquilo que você idolatra em Portugal), e baseando-me nos resultados específicos que apresenta, têm que concluir comigo, que as reformas implementadas, já deveriam ter apresentado melhores resultados, não acha? -Chegados a este ponto, os gregos teriam de olhar por outros caminhos, na minha modesta opinião. 

-Quanto a Portugal, é outra história, não um conto de crianças. Começo pela manipulação da taxa de desemprego. O Conselho Europeu a determinada altura, começou a ver que teria de investir na criação de postos de trabalho e o que é que tirou da cartola? -Retirar pessoas inscritas nos centros de emprego e colocá-las a trabalhar em empresas com remunerações abaixo dos 200€(!!!!!), dando-lhes o nome de "estagiários"!? Eu tenho pessoas a trabalhar ao meu lado, a auferir essas importâncias. Já para não falar na épica fuga, como aconteceu nos anos 60,de pessoas que emigraram. Ninguém está interessado em estudar esse fenómeno e revelar números. Já para não falar dos desempregados de longa duração. Foi feita uma operação de cosmética nada mais. 
Temos uma divida pública de 130%, é verdade. Em comparação com a Grécia, somos os maiores, mas ela têm vindo a crescer ou a diminuir? 
Quanto as taxas de juro do mercado e das agências de rating, é curioso. Lembro-me de quando o Passos, chegou ao poder, nos primeiros tempos, falavam mal de todos estes instrumentos de saúde económica, como sendo manipuladores, inflacionistas, mentirosos,etc... agora são os maiores! -Conclusão, os mercados regem-se por interesses e lobbies e não por sinais efectivos da progressão das economias. 
Quanto ao pagamento desta tranche.. À custa de quê? - Fomos mais papistas que o papa, no que diz respeito às medidas impostas pela TROIKA. Carregámos de impostos, o povo português até ao limite e muitas vezes passando esse limite. Tribunal Constitucional é que nos foi valendo, porque senão...Privatizou-se à pressa e com muitos jogos de bastidores, receitas essas que valeram para minimizar o efeito das constantes quebras do poder de compra. Continuaram a fechar os olhos às fugas de capital e sobretudo a encher os bolsos às PPP.  
Tudo bem encoberto, porque estamos em ano de eleições e importa estudar uma forma de os portuguesinhos verem que eles até fizeram um bom trabalho. Só vai nessa cantiga, os que comem do mesmo tacho porque a maioria acho que aprendeu a lição!?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Grito lancinante.


http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-02-04-Nao-me-deixe-morrer-eu-quero-viver-diz-doente-com-hepatite-C-a-Paulo-Macedo

                   Este grito lancinante, hoje lançado, junto de uma audição do senhor Ministro da Saúde, no Parlamento, não é só mais um incidente, naquele espaço que deveria ser de todos os portuguesinhos. Este grito é lançado à sociedade portuguesa, que teima em deixar que estes senhores continuem naquele lugar!

                   -Eu estou farto de ouvir, o senhor Ministro afirmar que a culpa do medicamento não chegar às mãos das pessoas que dele necessitam, com urgência, não é dele. A culpa é da empresa farmacêutica, que pede preços exorbitantes!! -Então, e a frota automóvel que este Governo dispõe, não nos custa um balúrdio? -E as rendas que o executivo concordou pagar à EDP, não são astronómicas? -E o valor que enterramos nas empresas  público-privadas não são exorbitantes? - Eu sei, que em resposta, poderia ouvir entre outras desculpas esfarrapadas, que tudo isto é demagogia barata. Até poderá ser, mas continuo a pensar que gastamos muito dinheiro, só para garantir tachos futuros, dos senhores governantes,enquanto isso, a população morre nos nossos hospitais, por falta de médicos, enfermeiros, fármacos, fecho inusitado de centros de saúde,etc... Estes cortes cegos e assassinos perpetrados, por liberais fora de controlo, terão o seu julgamento... um dia!

                      -Um dia destes, o nosso Primeiro-Ministro afirmou, o que se passa na Grécia, é um conto para crianças. Talvez seja, mas aquilo que hoje assistimos no Parlamento, não é um conto, mas sim uma história real e chocante para adultos. Espero que tenha tido uma audiência atenta e com capacidade de não ter medo de reflectir sobre o que presenciou. Não bate sempre à porta dos outros, por vezes bate na nossa!



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Pisca Pisca


                -Vai estando na hora de António Costa, começar a dizer ao povo português o que realmente pretende, caso seja eleito nas próximas legislativas.
                  Para já, vai pulando de iniciativa em iniciativa, pré-eleitoral, sem dizer patavina sobre ao que veio. Em tempos que já lá vão, bastava apresentar a candidatura e declarar alguns processos de intenção, para que o eleitorado cumprisse com a tradição de alternar no poder os partidos do costume. Dado que o actual Governo está-se a lixar para as próximas legislativas, será coerente pensar que António Costa considera-se já, um vencedor por antecipação.
    Esta táctica de ir piscando o olho ora à direita, ora à esquerda, está a dar muito nas vistas. Por vezes quando se abusa muito desta receita, os resultados podem ser decepcionantes. Neste fim-de-semana, reuniu tropas para declarar, entre outras banalidades, que o PS não é o PASOK. Cheira-me que o líder do PS começa a compreender que na Europa, correm uns ventos de “cambio”, como Iglésias afirmou ontem em Madrid. Naturalmente que o PS também não é o PSOE, mas gostaria de colocar uma questão. Quando foi necessário ao PS, criar laços, para se desenvencilhar no parlamento, enquanto poder, a quem é que se encostou? – Exactamente, sempre à direita. Qual a diferença, para os dois partidos referidos, que agora caíram em descrédito absoluto, tanto na Grécia, como em Espanha?
         A hipocrisia na política é useira e vezeira, mas convém, não tratar os portuguesinhos , assim desta forma inadmissível. Ou muito me engano ou um dia destes, será o Rui Tavares, a não querer misturas com os socialistas, porque se safam bem sozinhos. Não tivéssemos nós, esta característica péssima de ter medo de tudo e de todos e por cá, também começariam a soprar ventos de mudança.
Embora não espere muito de António Costa, porque as mudanças não seriam profundas, (aliás nem sei se existiriam mudanças?!) só espero que o Syriza, daqui até às nossas eleições, possa demonstrar, que existem outros caminhos, sem que sejam catalogados de extremistas assustadores!!! Acreditem que isto está tudo interligado, felizmente, mais do que nunca!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Borgen

       


   -Poderá ser esta semana, que a Europa, terá um sinal de viragem, neste cinzentismo alemão, que nos subjuga de uma forma cínica e disfarçada. Eu afirmei, poderá, porque na política, a verdade do presente é o seu contrário no futuro. Existem perspectivas de mudança, na forma de estar no poder, que a mim não me entusiasmam. Foi o caso da viragem à pseudo esquerda, nas últimas eleições em França, foi também o exemplo do que aconteceu em Itália ou a perspectiva de ficarmos na mesma, com António Costa em São Bento. Nada irá mudar, significativamente.


         -O próximo fim de semana, o Syriza promete ser uma lufada de ar fresco, que tanto ansiamos. A perspectiva de precisar de uma coligação com o centro esquerda, para formar um Governo de maioria, não me deixa ficar descansado, quanto aos possíveis jogos de bastidores, que se irão seguir. As cedências poderão comprometer a matriz do partido de Alexis Tsipras e essas mudanças necessárias, poderão desvirtuar o essencial. Mas para que isso tudo aconteça, vamos pensar primeiro, na vitória do Syriza, apesar das constantes "ameaças" da senhora Merkel e o seu "bando".
              -Neste momento, a RTP 2 exibe uma série dinamarquesa, que muita tinta têm feito correr  e não deixa ninguém indiferente. Os prémios e nomeações, que já lhes atribuíram, são prova da qualidade apresentada. O fio narrativo da série, começa com a  chegada ao poder de uma senhora do Partido dos Moderadores, com ideias muito claras, sobre as qualidades éticas que poderiam fazer dela, uma referência na forma de estar na política. No decorrer da série, é apresentada de forma muito clara, as variadíssimas formas de pressão que acabam por desvirtuar toda a sua boa vontade. Essas formas de pressão,são incontáveis e têm origem, tanto no seu próprio partido, como nos partidos de coligação, como nos seus parceiros europeus, como no magnata com influência suficiente, para demover os governantes de implementarem regras que os possa prejudicar, como ainda no peso da imprensa. Os jogos nos bastidores do poder, são na maioria das vezes, jogados com regras pouco ortodoxas. A política é isso mesmo, não sejamos ingénuos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Havemos de ir a Viana


   -Já dizia a saudosa Amália, 
 num poema do grande Pedro Homem de Mello...  







partamos de flor ao peito
Que o amor é como o vento
Quem para perde-lhe o jeito
E morre a todo o momento



   
 


...Ciganos Verdes ciganos
Deixai-me esta crença
Os pecados têm vinte anos
Os remorsos oitenta...

...se o meu sangue não me engana
              ...havemos de ir a Viana
... e eu um dia fui e digo-vos:


-Hei-de lá voltar!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Não!

                         Tenho recorrido várias vezes neste blogue, a cartoons, para ilustrar de uma forma clara, a forma como desejo, passar as minhas ideias. Penso nesta altura, que esta forma de nos expressarmos, esteja na ordem do dia. Charlie Hebdo, um homem que sempre demonstrou, não ter medo de se expressar, da forma como todos conhecemos, morreu realmente de pé e assim irá permanecer nas nossas consciências. De joelhos, continuam a estar, as formas de jornalismo que dependem de grandes grupos económicos e interesses dúbios.
                     
                          Este sinal de cobardia, dado por fundamentalistas desesperados, prova de uma forma irrefutável, que na ponta de uma caneta pode estar uma arma mais eficaz do que muitas políticas de dissuasão ineficazes. Mesmo numa altura de dor e que nos remete para uma situação de união, contra estes jiahdistas inclassificáveis, não podemos afirmar que somos todos Charlie!

                        Por duas razões, muito claras. A primeira é que me considero uma pessoa de esquerda e não gosto que certas pessoas possam imiscuir-se num movimento de solidariedade, que não sentem de verdade. A segunda, esta imagem do jornal de Hebdo, que ilustra bem a sua opinião sobre a Frente Nacional. Ainda por cima, a sua líder, vai aos poucos revelando, em situações pontuais, a sua apetência por atropelar com a maior das naturalidades, os principios básicos dos direitos humanos. O apelo à reintrodução da pena de morte, na sequência dos factos ocorridos, é sinal das suas ideias claras sobre a organização de uma sociedade mais justa.

                        O que nos conforta, é que os jornalistas que conseguiram escapar desta carnificina, irão agora reagrupar-se e nas instalações do Liberation, irão continuar a lutar. Em nome dos que morreram e por todos nós, que abominamos os extremismos, a hipocrisia reinante e os silêncios cobardes!

                       


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Novos caminhos.

                   -Entrámos em 2015 com a ameaça de um novo "vírus", pairando sob os europeus. Como algo que pode mudar o nosso destino comunitário. Quem o afirma, é a senhora que dita as regras e aponta as possíveis falhas dos Estados súbditos. O mal já foi identificado, têm origem na Grécia e dá pelo nome de Synaspismos Rizospatikis Anisterás, mais conhecido por Syriza.

                   Merkel já avisou ..."passamos bem, sem a Grécia na zona Euro, caso a Coligação de Esquerda vença as eleições de dia 25 e não queira assumir os compromissos de Samaras..." Acho que esta senhora de Hamburgo esqueceu-se com facilidade da divida que foi perdoada à Alemanha logo a seguir à 2ª Grande Guerra. Ainda por cima, a Grécia integrava a lista de nações que ajudaram financeiramente a Alemanha a reerguer-se. Agora no poleiro, dita as suas leis e não estando ainda contente com toda esta recessão que provocaram, com as suas receitas económicas, ainda se acham no direito de ameaçar a vontade do povo grego! -Um povo que continua a sofrer na pele, uma austeridade destruidora, uma taxa de desemprego que teima em não baixar e um PIB que caiu 25% nestes anos de submissão à Troika. Ninguém consegue ver uma luz ao fundo túnel  e a dívida é cada vez mais gigantesca e fora de controle.

                    Quando eu falo de um "vírus", é porque, Angela Merkel olha para a Espanha e assiste, impotente a uma força de grandeza similar, que é o partido de esquerda "Podemos". A Inglaterra vai assistir a um referendo, dentro em breve, para decidir do seu abandono ou não deste clube e o UKIP continua a avançar nas sondagens. Renzi, em Itália, já provou que não segue às cegas, as regras ditatoriais da Alemanha, como por exemplo, o vergonhoso auto apelidado "socialista" francês François Hollande. Portanto, todas estas razões, são motivos suficientes para tirarem o sono a esta senhora.

                    A Grécia poderá mostrar uma nova alternativa, para toda a Europa, assim Alexis Tsipras não ceda, a todas estas pressões. Existem mais soluções, a renegociação ou o perdão da maior parte da dívida, não são o fim do  mundo. Ostracizar estes partidos que apresentam novos caminhos, não é boa ideia.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Devaneios ortocromáticos VI

 ...em Arraiolos, o silêncio trespassava pelas fendas dos rochedos mais altaneiros. O vento, batia suave nas escadas defeituosas e o sol  invernoso, acariciava a pele dos parcos visitantes.


 ...saímos, sem direcção certa, a noite espreitava. A escuridão envolvia os caminhos que davam acesso aos declives rochosos. O Cabo Sardão fica para lá, para além da imponente visão daquela gambiarra monumental. Guia dos marujos, ofusca os visitantes e as cegonhas repousam no cimo das escarpas vertiginosas. Que fascínio nos empurra para descobrir este local diferente?

...antes de nos pormos ao caminho, espreitei pela janela do quarto e o Cavaleiro despertava, lentamente. A névoa no horizonte e as gotículas a pingar da pequena palmeira, constituem uma imagem que vou levar comigo. Na bagagem levo este pedacinho do Alentejo.
... em dia de comemorações de uma Revolução longínqua, uma militar da GNR observa os transeuntes. Ponho-me a pensar. Esta imagem, seria impensável, antes desses dias de Abril. No Carmo, aonde tudo aconteceu a foto a preto e branco, é quem mais ordena!  
...na sombra destes claustros, muitas conversas se desenrolaram, sobre o destino do nosso Reino. Gostava de viajar na máquina do tempo e testemunhar um pedacinho dessas tricas e intrigas palacianas. Naqueles corredores de Alcobaça, estas pedras segredam, palavras sábias. Só nos falta tempo para decifrá-las.

...um lago de profundezas estranhas é cruzado por uma ave solitária. O seu rastro é feito de estrelas, num quadro surrealista.
...o repasto da besta. Este unicórnio de carapaça poderosa, retempera as suas forças, num Zoológico secular. Aqui mesmo, às portas da nossa "selva".